Sociedade civil pode contribuir para conservação de áreas prioritárias em MG

Documento criado em 2005 funciona como base de informação para processos de licenciamentos,
servindo de apoio a órgãos públicos, conselhos e câmaras técnicas. 

População tem até o dia 30 de setembro para sugerir melhorias na identificação de áreas prioritárias.

Dentre as políticas públicas voltadas à proteção ambiental, a definição de áreas prioritárias para conservação vem se tornando um dos principais instrumentos de apoio no processo de tomada de decisão sobre o uso de recursos naturais em Minas Gerais. Essa política possibilita realizar, de forma objetiva e participativa, o planejamento e a implementação de ações como criação de unidades de conservação, licenciamento, fiscalização e fomento ao uso sustentável. 

Minas Gerais realiza essas atividades desde quando foi elaborado, em 2005, o documento chamado Biodiversidade em Minas Gerais – um atlas para sua conservação. O registro pioneiro  foi organizado pela Fundação Biodiversitas, com o apoio de vários especialistas, e funciona como uma das bases de informações a serem observadas durante o processo de licenciamento, servindo como diretriz para órgãos públicos, conselhos e câmaras técnicas deliberativas. 

 

#Aja

Agora, esse processo conta com uma novidade: o documento foi aberto à uma consulta ampla para quem quiser contribuir para a iniciativa. Até o dia 30 de setembro, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), em parceria com o Consórcio formado pelo WWF/Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Biodiversitas, envolvidos no processo, estarão recebendo sugestões que colaborem para a identificação dessas áreas prioritárias. As informações sobre a metodologia, os dados utilizados e os mapas preliminares, bem como o formulário eletrônico para o envio de comentários e sugestões podem ser acessados no link.

 

#Conheça 

Passados 15 anos do atlas, sob a coordenação institucional do Instituto Estadual de Florestas (IEF/MG), especialistas em conservação da biodiversidade de diversas áreas vêm se reunindo em oficinas para identificar os alvos biológicos. As equipes buscam localizar espécies endêmicas, ameaçadas de extinção, de importância econômica e de utilização tradicional, analisados em cima de mapas contendo atributos físicos, ecossistemas e bens e serviços obtidos dos ecossistemas direta ou indiretamente.

Com isso, é possível identificar a distribuição pelo estado dos grupos de fauna e flora que precisam de maior atenção e as respectivas medidas necessárias para preservação dessas espécies. Os resultados, combinados a outras variáveis, como o uso conflitante dos recursos naturais e oportunidades de conservação, indicam as melhores soluções de proteção e recuperação da biodiversidade e dos ecossistemas e de uso sustentável no território mineiro. 

Conheça o mapa base, contendo as áreas prioritárias identificadas após o cruzamento de dados e estudos realizados pela equipe de técnicos e cientistas, que há um ano vêm trabalhando sobre o tema.

 

#Monitore

As contribuições recebidas serão analisadas pelas equipes técnicas do projeto e do Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), podendo ser incorporadas na consolidação do mapa final. Fique de olho na divulgação do Instituto Estadual de Floresta sobre a atualização do documento e nos resultados publicados, identificando e indicando possíveis perdas ambientais.

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1 Comment

  1. José Eustáquio disse:

    Sou Técnico de Mineração ETFOP – Escola Técnica Federal de Ouro Preto 1976 e Engenheiro de Minas – Escola de Engenharia da UFMG 1982.
    Historicamente o processo de concentração do minério de ferro adotado pela VALE S/A e outras mineradoras nas minas onde as barragens de rejeitos se romperam e nas outras minas interditadas se denomina Flotação. É a separação dos rejeitos do minério por aeração com base nas características físico-químicas dos componentes da mistura. Trata-se da separação da parcela mais rica em ferro dos minérios após serem britados e finamente moídos. A parcela rica em ferro é separada da parcela pobre em ferro, denominada tecnicamente como rejeitos, que compostos predominantemente pela sílica, a alumina e outros contaminantes menores. Neste tratamento industrial o minério passa por um processo que propicia a “flutuação” da parcela mais leve rica em sílica e alumina por aderência às bolhas de ar na aeração da mistura do minério bruto (ROM – Run of Mine) após moído, com os aditivos floculantes e a água. Este material recebe o nome de “polpa”. Para isto são utilizados separadores onde se colocam esta polpa. O nome do minério de ferro predominante no Quadrilátero Ferrífero é o Itabirito, composto por camadas sucessivas de ferro e outras camadas ricas em sílica contaminada com alumina e outros componentes minerais menores conforme citado. O concentrado de ferro se deposita no fundo dos separadores e os aditivos utilizados fazem com que a parte menos densa “flutue” por adesão às bolhas de ar que são insufladas nas “bacias” dos Separadores. Estes rejeitos dos separadores são posteriormente depositados nas malfadadas barragens de rejeitos juntamente com a água e os ADITIVOS químicos, que continuam atuando por tempo indeterminado e mantendo os materiais depositados nas barragens numa condição de “polpa” indefinidamente, atrapalhando a sua sedimentação adequada no fundo das barragens.
    Como parte destes aditivos são orgânicos e ficam estocados num ambiente sem a presença de oxigênio nunca se degradam. A sedimentação desta polpa expurgaria a água e tornaria os maciços mais estáveis, podendo até mesmo serem revegetados com cobertura de material orgânico, fora dos vales de rios ou cursos d’água,utilizando a metodologia que hoje é implantada na mina S11D da VALE S/A no Pará. Lá o minério não é o Itabirito, é a Hematita pulverulenta, e mesmo assim secam a polpa após a concentração. O processo de secagem do rejeito da concentração do Itabirito pode ter uma etapa de filtragem e aquecimento da polpa para evaporação da água e queima dos materiais oleaginosos e o amido (os materiais orgânicos).
    Porque é que a polpa direcionada às barragens não se sedimenta: A parcela que é aproveitada na pelotização é o concentrado de ferro, mas a parcela contaminada com material silicoso-aluminoso junto com a água e o Oleato de Sódio (ou outro material oleaginoso), o Amido (material orgânico) e os outros contaminantes é gerada em grandes volumes e seca-la em temperaturas adequadas aumentaria muito o custo do processo de produção. Estes rejeitos não tem destinação que gere lucro para as empresas e sua composição físico-química não permite a compactação por décadas e décadas. As próprias empresas não saberiam afirmar quando é que este tipo de material se sedimentaria. Não existem exemplos práticos sobre a questão. Isto a empresa não informou e a imprensa não pesquisou. A VALES/A matou duas das principais bacias hidrográficas de MG e porque não do Brasil. Centenas de vidas foram ceifadas e o resultado foi o maior desastre socioambiental da história deste país. A VALE S/A já sabia que todas as barragens de alteamento à montante já tinham problemas há anos. Agora que os desastres já aconteceram adotaram a estratégia de dar avisos de emergência em todas as regiões onde estão localizadas estas barragens interditadas. Logo após o segundo acidente criminoso o ex Presidente da empresa Schvartsman anunciou que iriam “DESCOMISSIONAR” as barragens, aquelas que foram interditadas por altíssimo risco. Ele não divulgou que “DESCOMISSIONAR” uma barragem significa reprocessar o “rejeito” estocado há 30, 40 anos ou mais nas barragens, mas que para os padrões atuais são altíssimos teores de ferro. Antigamente os processos de concentração eram ineficazes e geravam um rejeito ainda muito rico em ferro. Esta estratégia “brilhante” reprocessará o material já lavrado, britado e moído contendo Oleato de Sódio e Amido, recuperando o minério rico e mantendo assim as minas interditadas em operação e gerando lucro. Os Órgãos de Controle como a ANM, a FEAM e a imprensa são mal informados ou coniventes. A VALE S/A pode estar blefando e enganando a população e os Órgãos de Controle mais uma vez.
    Observe nas imagens divulgadas pela mídia que após os rompimentos das barragens o material se “espalha” pelos vales se expondo finalmente ao sol, secando e se oxidando, ou seja, eliminando os materiais orgânicos. Desta forma se tornam um material pulverulento e seco, tanto que pode até ser então carregado pelas retroescavadeiras e transportado por caminhões para fora dos vales dos cursos d’água. Porque não fizeram isto antes reprocessando os rejeitos quando ainda estavam contidos nas barragens?
    Confirmem estas informações junto aos especialistas em Tratamento de Minérios das Universidades e aos tecnologistas das empresas.

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