Mineração: sustentável ou insustentável?

Alternativas ao modelo econômico imposto pela mineração em Minas Gerais será tema de seminário em BH

Encontro, sexta-feira (13 e sábado (14), reunirá dezenas de pesquisadores, movimentos ambientais, jornalistas investigativos, parlamentares e Ministério Público 

 

A mineração é mesmo sinônimo de desenvolvimento? Quais são os contrapontos da mineração pela lógica de quem é diretamente atingido pelo modelo de atuação dela? De que forma a política e o poder público contribuem para a insustentabilidade desse sistema? Como a população atingida tem se articulado para enfrentar as consequências desse cenário?

Questões como essas irão nortear os debates programados para o Seminário e Encontro “Na contramão do discurso ideológico da mineração: tragédias e insustentabilidades”, marcado para essa sexta-feira (13/09) e sábado (14/09), na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. 

O objetivo é promover o debate, o intercâmbio de experiências em relação à mineração e a apresentação de propostas para tirar Minas Gerais da dependência de um modelo econômico, que, por seus desastres humanitários e ambientais, tem dado provas de ser insustentável em termos de segurança e ineficiente quanto à distribuição de renda e à inovação. 

Programação intensa

A palestra de abertura do seminário, na sexta-feira, será da coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta), Andréa Zhouri. Ela abordará o que tem se chamado de “ideologia da mineração”, uma visão crítica sobre as constantes afirmações do setor produtivo, de políticos e propagada por meio de mídia paga em veículos de comunicação de que “Minas Gerais não tem outro caminho de desenvolvimento que não seja o da mineração”. Zhouri possui cerca de trinta anos de vivência profissional como pesquisadora de temas ambientais e em situações de conflito em comunidades atingidas pela mineração.

Essa questão será a temática da primeira mesa, ainda na sexta-feira. Ela reunirá o engenheiro e escritor Euler Cruz, o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Bruno Milanez e o professor do Instituto de Geociências da UFMG Klemens Augustinus. 

A segunda mesa terá como tema as tragédias socioambientais e suas relações insustentáveis com o poder público. Para este debate, estarão o pesquisador do Gesta Marcos Zucarelli, a ambientalista Maria Teresa Corujo e o pesquisador e professor Rodrigo Lemos. Quem coordena a conversa é o ex-superintendente do Ibama em Minas Gerais, Júlio Grillo.

Para fechar o primeiro dia do evento, Leonardo Dupin, jornalista que integra a equipe  do Lei.A, vai mediar a mesa que tem como foco o público atingido pelo modelo de mineração atual. A discussão terá como palestrantes a cientista social e vereadora Bella Gonçalves, a jornalista e escritora Cristina Serra e o promotor de justiça Francisco Generoso.

“Para não esquecer”: troca de experiências

No segundo dia do evento (sábado) acontecerá um encontro entre comunidades atingidas e vítimas da mineração. O objetivo é a troca de experiências locais para fortalecer a sociedade civil na questão de conflitos como pela água, reassentamento, indenizações e protagonismo das versões públicas do fato, seja na mídia local ou nacional.

O evento será gratuito e aberto à ampla participação de cidadãos comuns, moradores de comunidades atingidas por barragens, estudantes, professores, pesquisadores e demais profissionais interessados na temática. Quem se interessar basta fazer a inscrição online.

Para se inscrever, clique aqui. 

O evento é promovido pelo Gabinete de Crise – Sociedade Civil (GCSC), em articulação com organizações, grupos de pesquisas e movimentos ambientais e sociais. Entre as entidades já confirmadas estão o Projeto Manuelzão, o Movimento pelas Serras e Águas de Minas, o Fórum São Francisco, o Ministério Público de Minas Gerais, representantes dos grupos de pesquisa Gesta/UFMG e Poemas/UFJF e nós do Observatório Lei.A.

 

SERVIÇO

Evento: Seminário e Encontro “Na contramão do discurso ideológico da mineração: tragédias e insustentabilidades”

Data: 13 de setembro – das 13h30 às 21h00; 14 de setembro – das 8h às 17h30. 

Local: Faculdade de Medicina (UFMG) – Av. Prof. Alfredo Balena, 190

Entrada gratuita: inscrições por aqui. 

 

 

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