Como monitorar temas ambientais de forma segura? Lei.A indica plataformas

Por meio de dados georreferenciados, ferramentas oferecem informações sobre terras indígenas, bacias hidrográficas, biomas, soluções para cidades sustentáveis e muito mais


Há cinco anos o Lei.A incentiva, por meio da comunicação, o envolvimento dos cidadãos e cidadãs em debates relacionados ao meio ambiente. A informação é a nossa ferramenta mais eficiente, e continuamos acreditando em sua força capaz de preservar montanhas, águas, pessoas e memórias. Conhecer, monitorar e agir.  

Por aqui, a proposta é simples: para começar a se aproximar de determinada questão, é necessário CONHECÊ-LA com profundidade, saber sobre seu histórico e entrar em contato com o contexto no qual está inserida. Mas na maioria das vezes, o não entendimento sobre uma informação é culpa não de quem recebe, mas sim de que produz a informação. Por isso, nós, do Lei.A, acreditamos na comunicação de forma didática e educativa. Não se aumenta o volume de pessoas em defesa do meio ambiente falando – e na linguagem – apenas para os “convertidos”. 

Depois de se dedicar a isto, é hora de MONITORAR o assunto. Para tanto, é necessário acessar os diversos espaços onde  é possível acompanhar os temas de forma pública, segura e responsável.  Tendo conhecimento e ferramentas de monitoramento, chega-se ao momento de colocar a mão na massa e AGIR em busca de avanços ambientais ou contra retrocessos.

Existem muitas formas de contribuir para que certos debates ganhem força e se transformem em mudanças efetivas, seja em pequenas atitudes como o compartilhamento de informações confiáveis, seja por meio da participação enquanto sociedade civil em espaços decisórios, como conselhos e comitês de políticas ambientais.

Em tempos nos quais a veracidade das notícias é questionada com frequência, tornou-se uma preocupação de muita gente o cuidado com a origem das informações. Dados distorcidos, fontes duvidosas e fatos inventados circulam com a mesma facilidade dos memes, confundindo pessoas que buscam elementos consistentes para formar opiniões. 

Pensando nisso, nós, do Lei.A, reunimos uma série de plataformas de dados que disponibilizam informações úteis para qualquer cidadão interessado em conhecer e monitorar temas como terras indígenas, bacias hidrográficas, biomas, territórios mineradores e muito mais. Por meio delas, em poucos cliques é possível saber mais sobre o Brasil, gerar históricos de dados, conhecer organizações sérias envolvidas em causas de relevância mundial e, assim, expandir o olhar sobre temas que importam a todos nós.



#conheça 


Para entender o que é um banco de dados georreferenciados precisamos, primeiro, entender o que significam os termos “banco de dados” e “georreferenciados”:

Portanto, o banco de dados georreferenciados é o principal componente do Sistemas de Informações Geográficas (SIG), utilizado para possibilitar análises complexas das informações obtidas sobre determinado território, empreendimento, fenômeno climático, bacia hidrográfica etc.

#monitore 

A internet é um vasto terreno de investigação para quem tem curiosidade e interesse, abrigando desde informações relacionadas a dados oficiais e pesquisas como tendências sobre a sociedade e a cultura.  Para incentivar quem acompanha os conteúdos do Lei.A para seguir se aprofundando nos debates socioambientais, listamos algumas plataformas que podem contribuir para esse caminho. E ao final da leitura, se você tiver dicas de outras plataformas, nos conte. Confira:

Aqui Tem Mata | A ferramenta disponibiliza todas as áreas remanescentes da Mata Atlântica no país. Incluindo o nome de qualquer município do Brasil, é possível saber informações como sua área total, tamanho da população e a quantidade de hectares de mata atlântica que a área abriga. Os mapas interativos e gráficos trazem a informação atualizada sobre o estado de conservação de florestas, mangues e restingas nos 3.429 municípios onde a Mata Atlântica existe ou um dia existiu. Também podem ser visualizadas as áreas protegidas, como parques e reservas em níveis federais, estaduais e municipais, além das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs).

Os dados são originados do Atlas da Mata Atlântica, monitoramento que gera relatórios anuais sobre o estado de conservação da floresta. Sua intenção é ser acessível e permitir que pessoas possam reutilizar os dados com finalidades de educação e defesa da proteção da floresta.

O projeto é fruto do trabalho da Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, Arcplan, Máquina Cohn & Wolfe e Infoamazonia. 



Observatório de Inovações para Cidades Sustentáveis |  A plataforma virtual traz o mapeamento e a divulgação de soluções urbanas inovadoras, contextualizadas ao território nacional, por meio de tipologias de cidades-região. Os temas em foco são:  resíduos sólidos, mobilidade, energia, acesso à água, ambiente construído e soluções baseadas na natureza. É um trabalho que também perpassa todo o tecido urbano, ao investigar as dinâmicas de inovação e promoção do planejamento integrado, junto a uma visão de futuro de cidades sustentáveis.


A equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto busca identificar as soluções mais inovadoras para desafios urbanos brasileiros, oferecendo conteúdos para subsidiar a tomada de decisões estratégicas para o desenvolvimento sustentável das cidades. Esse processo está em andamento e envolve análises de big data, processos de co-criação e consulta a especialistas. A caracterização do território brasileiro, por sua vez, é desenvolvida por meio de dados geobiofísicos e indicadores alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). 



MapBiomas | O Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil é uma iniciativa que envolve uma rede colaborativa com especialistas nos biomas, usos da terra, sensoriamento remoto, SIG e ciência da computação. Por meio do processamento em nuvem e classificadores automatizados desenvolvidos e operados a partir da plataforma Google Earth Engine, é possível gerar uma série histórica de mapas anuais de uso e cobertura da terra do Brasil. 

A plataforma permite aos usuários criarem um perfil de acesso no MapBiomas, pelo qual é possível elaborar e salvar mapas com os territórios de seu interesse e gerar um URL para incluir estes mapas em suas próprias páginas na internet. Este perfil de acesso também permitirá aos usuários se manterem atualizados sobre as novidades do MapBiomas.

Na página do Youtube do projeto, é possível acessar diversos tutoriais e também análises a respeito dos levantamentos realizados pelo grupo. 

Confira aqui: https://www.youtube.com/watch?v=8nehe38YJgs



Instituto Prístino | As informações cartográficas, mesmo que públicas, estão inseridas em diversos sites da internet, dispersas, o que dificulta a consulta e comparação entre os dados. Por isso, o Instituto Prístino idealizou um projeto para disponibilizar informações espaciais sobre temas ambientais de forma organizada, centralizada e de fácil interatividade, que recebeu o nome de Atlas Digital Geoambiental.

Por meio de uma compilação de dados públicos de livre acesso, qualquer pessoa que acessa a plataforma tem a chance de se aprofundar em informações sobre determinadas regiões de Minas Gerais, como o Quadrilátero Ferrífero, a Serra da Serpentina e o Sinclinal Moeda, tendo sempre como tema central os recursos hídricos destas áreas.  

O principal objetivo do projeto é socializar o conhecimento e promover discussões sobre conservação da natureza, governança e uso racional dos recursos naturais entre instituições públicas, terceiro setor e a sociedade. Isso é feito por meio da compilação de bases cartográficas de diferentes fontes, da disponibilização dos dados para download e consulta pública através do aplicativo webgis, da geração de  novas informações cartográficas e do desenvolvimento de ferramentas para o sistema web de fácil utilização. 




Terras Indígenas | Qual a situação atual das terras indígenas no Brasil? Quantas já foram identificadas? Quantas estão passando pelo processo de identificação? Esses são apenas alguns dos exemplos de  questões  respondidas pela plataforma que reúne a maior base de dados sobre terras indígenas do Brasil, um projeto do Instituto Socioambiental (ISA). Pelo nome de determinada comunidade indígena, você consegue levantar centenas de informações, como o tamanho da área que ocupam, quantos povos fazem parte, se há presença de integrantes isolados, o histórico jurídico da terra ocupada, o tipo de vegetação do território, em qual bacia hidrográfica ela está inserida, a população, em números, ao longo dos anos, e muito mais. 



Observando os Rios | é um projeto que reúne comunidades e mobiliza em torno da qualidade da água de rios, córregos e outros corpos d’água das localidades onde elas vivem. A iniciativa é aberta à população, que pode participar dos grupos de monitoramento já existentes ou ajudar a criar novos grupos em rios próximos a escolas, igrejas e outros centros comunitários. O monitoramento das águas é realizado com um kit desenvolvido pela SOS Mata Atlântica. Por meio dele, os grupos fazem a medição uma vez por mês e enviam os resultados pela internet. Os indicadores levantados por todos os grupos de monitoramento são reunidos em relatórios técnicos anuais que  formam o retrato da qualidade da água dos rios dos 17 estados da Mata Atlântica. É só clicar na plataforma e selecionar a bacia hidrográfica de seu interesse para coletar informações gerais sobre a área, além de dados específicos,  como a situação da mata atlântica nestes territórios, a situação do saneamento básico e os impactos na saúde das comunidades devido à água poluída.



Observatório Lei.A | Na plataforma, o Lei.A oferece informações para ajudar todos a entenderem com mais clareza como o poder público e a iniciativa privada estão tratando as questões que envolvem o meio ambiente. Por meio da ferramenta, é possível pesquisar dados ambientais georreferenciados em todos os municípios mineiros, além de interagir diretamente com os deputados estaduais sobre as leis e mudanças na legislação ambiental.

CONTA AÍ! Sabe de outra plataforma de dados ambientais georreferenciados que vale a pena conhecer? Manda para a gente pelo e-mail (leia@leia.org.br) ou pelo direct do nosso instagram (@leiaobservatorio). 

Já parou para pensar nas alternativas possíveis – e fáceis – de agir pelas mudanças que você acredita? Nós, do Lei.A, separamos algumas dicas para quem quer começar a contribuir para a disseminação do conhecimento em busca de uma sociedade mais envolvida nos debates públicos: 

Compartilhe o conhecimento. Faça a informação responsável circular. Compartilhe conteúdos de fontes confiáveis. Portais de notícias como a Agência Pública, o Projeto Colabora, o Amazônia Real, Repórter Brasil e De Olho nos Ruralistas são alguns exemplos de fontes de notícia comprometidas com a verdade.

Seja didático. Esteja atento a isso quando for explicar as questões ambientais que você domina. Lembre-se de que muitas vezes se tratam de assuntos complexos e nem todo mundo tem a mesma base de conhecimento que você. Use exemplos, explique com calma e se abra para dúvidas. Lembre-se sempre: se mais de uma pessoa não entendeu o que você disse, as erradas não são elas, mas você, que não soube se fazer entendido.

Registre os lugares que você quer proteger. Essas imagens podem ser importantes para movimentos sociais, veículos de informação e pesquisadores que atuam em defesa da preservação de uma região, lei ou patrimônio. Caso queira produzir vídeos e fotos a partir das suas próprias experiências, faça você mesmo. Se quiser aprender como gravar ou transmitir algo do seu próprio celular, veja nosso vídeo tutorial.

Compartilhe. Use suas redes sociais e os canais de interação dos veículos de imprensa para publicar suas fotos, vídeos e relatos. Faça o lugar se tornar assunto para que ganhe mais seguidores e, ao mesmo tempo, para que as pessoas pensem duas vezes antes de tentarem cometer crimes ambientais contra ele. Busque as hashtags mais conhecidas sobre o lugar e marque movimentos sociais, personalidades e instituições com afinidades com o assunto. Isso ajuda a dar engajamento para as postagens e faz com que cheguem em mais pessoas. Quer saber outras formas de agir? Acesse nosso Guia de Comunicação Ambiental e Mobilização Popular.


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